Despojos das dores

A felicidade está no fato de que podemos fazer o bem para nós e podemos proporcionar um conforto para outros. Acreditar e confiar que somos capazes de vencer os desafios, encontrar atalhos ou rotas mais curtas para chegarmos à Paz e à calma que tanto espera o espírito. Todos os dias temos à frente obstáculos a serem superados e surpresas que nos apresenta a vida na passagem por esse mundo, onde os sábios conseguem vencer os sofrimentos, não se deixando abater pelos mesmos. Uma doença, a ingratidão, uma injustiça, a decepção, a dor física ou a dor da traição passarão, se mantivermos a calma, esperando que cada dia seja vencido com dignidade e coragem, porque outros dias virão e outros sentimentos surgirão. Para que serve agasalhar a tristeza, quando sabemos que ela é, diante de um espírito sábio, passageira? A felicidade, a alegria, enobrecem uma alma e ajudam a superar as dores e as decepções. O manto do conhecimento reúne o nosso aprendizado sobre o espírito e a matéria que, cruzados, poderão ser peneirados e separados como o joio do trigo, como se separa o bem do mal, ou a verdade da mentira. O espírito carrega a história da inteligência, enquanto a matéria sofre com as descargas diárias da insegurança, do medo, das dores, impedindo a passagem da Luz do conhecimento. Enquanto o espírito prefere viver na Luz, na paz, no berço da felicidade, a matéria vive o
esplendor da vida, livrando-se dos despojos das dores.
A alma repousa quieta, na paz, ciente de que de nada precisamos
além de controlar a mente, permitindo que ela divague
na estrada da luz, eliminando os dissabores oferecidos
gratuitamente pelas tristezas geradas pelo vazio interior
e exterior.A tristeza nos impede de discernir as coisas,
os fatos, e anula os momentos que poderiam
ser melhor vividos, poisa felicidade contagia o espírito.
Deixemos que o destino cuide da história, enquanto o
espírito nos conduz para o ócio inteligente do pensamento livre
e sem recalques.
(a partir do livro Pensamentos, 2016, Carminha Corrêa J
ecko)