Ao encontro da vida II, a morte

O animal caminha, cabeça baixa, alquebrado pelo tempo.
Caminha só, como um homem envelhecido caminha.
Um homem, envelhecido, alquebrado, caminha, só.
O animal e o homem caminham à procura da morte,
Sem saber onde ela, a morte, se encontra.
Sabem que ele, ‘o senhor da morte’, está sempre na espreita e,
Portanto, os encontrará, apenas desconhecem onde, quando e a que horas
Se dará esse encontro derradeiro.
Também isso pouco importa, pensam!
O animal, na verdade um cão, e o homem já viveram o tempo deles e,
Agora, o melhor mesmo é caminhar enquanto as patas e as pernas suportam
O peso do corpo. A passos lentos.
Eles nunca se viram e, de repente, se encontraram, se amam com respeito mútuo.
Vamos juntos caminhar? Indagou o homem. Em resposta um latido au-au-au.
E assim, se foram.
Não sei quando, nem onde e nem a que horas eles encontraram ‘o senhor da morte’.
Ah, mas isso pouco importa!
C.C.Jecko - V. Velha 11/02/21